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Envelhecimento e os cuidados paliativos

Cuidados Paliativos
28. março .2018

Envelhecimento e os cuidados paliativos

O acompanhamento com profissionais permite uma forma ainda mais adequada de tratamento

O envelhecimento populacional é reflexo do desenvolvimento técnico-científico em diversas áreas do conhecimento. Na área da saúde, especificamente, desenvolveu-se conhecimentos sobre as causas das doenças infectocontagiosas, antibióticos, medicamentos, cirurgias, tecnologias para suporte de vida (respiradores, hemodiálise, entre outros) e tecnologias que permitem diagnóstico precoce de diversas doenças.

“O resultado foi a redução doenças infectocontagiosas e o controle de algumas doenças que antes levavam ao óbito precocemente, como a hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus, por exemplo, consequentemente, as pessoas passaram a viver mais e a apresentar cronificação dessas doenças”, explica Gisele dos Santos, médica especialista em geriatria com área de atuação em Cuidados Paliativos doValencis Curitiba Hospice.

Por outro lado, o uso dessas tecnologias na fase avançada das doenças não irá reverter o seu ciclo natural, ou seja, a pessoa não será curada, não voltará a ser quem era antes da doença. “Podemos dizer que todo esse desenvolvimento da ciência permitiu vencer diversas batalhas contra a morte, mas a guerra é sempre ela quem ganha”, complementa.

Entre os profissionais que atuam em cuidados paliativos existem competências que lhes possibilita identificar o momento em que o tratamento deixa de ser remédio e torna-se veneno. “Um aspecto importante da atuação do paliativista é a avaliação global e centrada na pessoa que enfrenta doenças incuráveis ou a finitude que decorre do próprio envelhecimento, por meio dela individualizam o modo de tratamento, estabelecendo planejamento de cuidados em conjunto com o paciente e com a família”, comenta a médica.

Resultado entre os pacientes

Os profissionais que atuam em cuidados paliativos buscam conhecer o indivíduo em seus diversos aspectos (sociais, psicológicos, físicos e espirituais), a esses dados unem o conhecimento sobre a história natural da doença e então elaboram o planejamento de cuidado individualizado levando em consideração os desejos do paciente. “Saímos da medicina centrada na doença e vamos centrar na pessoa: o que a preocupa, o que a incomoda, quais são seus desejos, seus valores e a sua biografia”, explica a doutora Gisele.

O acompanhamento com profissionais capacitados permite uma forma mais adequada que, por meio de comunicação adequada, seja informado ao idoso seu diagnóstico e prognóstico, bem como acolher seus familiares. “A comunicação clara, respeitando sempre quanto, como e quando o paciente deseja saber, possibilita uma discussão sobre optar por tratamentos que busquem o controle de sintomas sem prolongar uma situação que já não tem como ser revertida, curada”.

Segundo a doutora Gisele, o “dar mais vida aos dias do que acrescentar dias à vida”. Quando aceitamos o nosso processo de envelhecimento e que a morte faz parte da vida, vivemos melhor o hoje. “Assim, compreendemos que a morte é a nossa melhor amiga, nossa melhor conselheira. Quando aceito que a doença, a dependência pode chegar a qualquer momento, sem avisar e sem pedir licença, faço minhas escolhas mais sabiamente, vivendo o hoje de forma mais plena.”

Ainda de acordo com a médica, precisamos compreender no processo de envelhecimento que todos nós iremos nos tornar dependentes e precisaremos ser cuidados, para que esse período seja o menor possível devemos cuidar da nossa saúde hoje e manter esses cuidados pelo maior tempo possível sempre adaptando ao momento vivenciado. “Lembre-se que o que plantamos quando jovem colhemos quando idosos, então semeie amor, amigos verdadeiros, relações sociais verdadeiras e cuide do seu corpo. E ele é seu templo, sua casa”, finaliza.

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