Nutrição para pacientes com demência em cuidados paliativos

Nutrição para pacientes com demência em cuidados paliativos A cada ano o número de idosos cresce no Brasil, devido a fatores como diminuição da natalidade e da mortalidade infantil, aumento da expectativa de vida e ampliação do acesso aos serviços de saúde, por exemplo. No entanto, com o aumento do número dessa parcela da população, …

Nutrição para pacientes com demência em cuidados paliativos

A cada ano o número de idosos cresce no Brasil, devido a fatores como diminuição da natalidade e da mortalidade infantil, aumento da expectativa de vida e ampliação do acesso aos serviços de saúde, por exemplo. No entanto, com o aumento do número dessa parcela da população, consequentemente, também aumentam os índices de doenças crônicas não transmissíveis, entre elas a demência, responsável por resultar na perda progressiva de funcionalidade cognitiva, complicações relacionadas com a memória, raciocínio, orientação, aprendizagem, linguagem e alimentação. A mais comum é a doença de Alzheimer, responsável por cerca de 60% a 70% dos casos.
Dados da Organização Mundial da Saúde – OMS apontam que a demência afeta 47 milhões de pessoas no mundo. Até 2030 a sua incidência pode crescer até atingir 75 milhões e 132 milhões em 2050. Cada vez mais é necessário ter um olhar especial para essas pessoas. Para os pacientes crônicos e que necessitam dos cuidados paliativos, além de todas as ações realizadas pela equipe multiprofissional, é fundamental pensar na alimentação com uma terapia nutricional enteral.
O cirurgião oncológico e especialista em Terapia Nutricional Vinicius Preti, do Valencis Curitiba Hospice, espaço dedicado a cuidados paliativos, explica que com a terapia nutricional, além do foco na qualidade de vida, será possível manter a funcionalidade e aumentar o conforto do paciente. “É comum que pacientes com quadros neurológicos tenham distúrbios de deglutição, podendo engasgar com certos tipos de alimentos. Pode ser necessária a utilização de suplemento específico chamado espessaste para esse tipo de paciente. Alguns podem necessitar de sonda e dietas especiais. Além disso, com a avaliação nutricional, conseguimos estabelecer qual tipo de nutriente pode ter requerimento maior”, cita o nutrólogo.
É importante ressaltar que os familiares devem estar presentes em todas as etapas do tratamento paliativo, podendo contribuir com a tomada de decisões centrada no paciente. Cada paciente é único e possui um tratamento personalizado, sendo necessário analisar riscos e benefícios da terapia nutricional para cada indivíduo. “Nem sempre todas as necessidades calóricas são necessárias dependendo da fase em que o paciente se encontra. Nas fases finais de vida, o mais importante é oferecer alimentos que o paciente goste e aceite. No final da vida, o ser humano para de sentir fome e insistir em que o paciente se alimente normalmente pode até mesmo ser prejudicial”, finaliza Vinicius Preti.

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