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Sexualidade em pacientes paliativos envolve afeto, amor, cumplicidade e intimidade

Psicologia
10. maio .2021

Sexualidade em pacientes paliativos envolve afeto, amor, cumplicidade e intimidade

Sexualidade em pacientes paliativos envolve afeto, amor, cumplicidade e intimidade

Um dos princípios dos cuidados paliativos é respeitar a finitude diante de sua naturalidade, bem como sempre afirmar a vida em seu valor único. Dentro dessa premissa, promover uma vida ativa engloba a sexualidade em seu sentido mais amplo. Segundo a Organização Mundial em Saúde – OMS, a sexualidade “é um aspecto central do ser humano ao longo da vida e abrange sexo, identidades e papéis de gênero, orientação sexual, erotismo, prazer, intimidade e reprodução”, e isso também se aplica ao plano de cuidados.

Mas mesmo nos dias de hoje, morte e sexo ainda são considerados tabus, ainda mais quando estão intimamente relacionados e quando envolvem pacientes.

Para o psicólogo Ronny Kurashiki, do Valencis Curitiba Hospice, espaço dedicado a cuidados paliativos, um dos principais dilemas com a sexualidade de um paciente em tratamento paliativo está na insegurança no que diz respeito ao relacionamento afetivo e às possíveis alterações da função sexual, por exemplo. “Mas para além dessas questões, a sexualidade também tem a ver com afeto, amor, cumplicidade e intimidade, questões que falam sobre a vida e não sobre a doença em si”, cita.

O diálogo é sempre a melhor saída

Sendo a sexualidade um tema tabu na nossa sociedade, um dos primeiros pontos é trazê-lo para o campo da naturalidade, ou seja, trazer luz sobre o assunto para que de alguma forma possamos lidar melhor com ele. Isso significa dizer que a equipe médica e multiprofissional de saúde tem um importante papel no que se refere a antecipar possíveis impactos da doença à sexualidade do paciente, valorizar essa área da vida dele e utilizar de seu conhecimento para potencializar a sua qualidade de vida.

Um estudo realizado em 2018 (Abordaje de la sexualidad en el cuidado del paciente oncológico: barreras y estratégias) mostrou que estar seguro(a) de si, ter uma comunicação efetiva, contar com o apoio da equipe e de seu parceiro ou parceira são elementos essenciais para uma experiência satisfatória mesmo vivenciando um momento de adoecimento.

Isso mostra que o diálogo nesse momento é essencial para que o paciente possa expressar suas necessidades de apoio, podendo assim sentir-se maior do que seu diagnóstico.

No avanço da doença, a vida que pulsa

Mas e quando a doença está avançada e a finitude se faz possibilidade? “É aí que os esforços de toda equipe se fazem ainda mais presentes no sentido de controlar possíveis sintomas que tragam desconforto ao paciente. O intuito dos cuidados paliativos nesse momento é exatamente cuidar para que a pessoa adoecida não se sinta reduzida aos seus sintomas”, cita Ronny.

Estar livre de dor e sofrimento é libertador e permite que o paciente sinta-se livre para experienciar e aproveitar todas as áreas de sua vida. Afinal, segundo o psicólogo, “O tempo passa, a vida pulsa, e o que temos em nossas mãos é a capacidade de vivermos quem nós somos em sua plenitude”.

Se essa área é algo que tem lhe trazido insegurança ou desconforto, procure ajuda profissional, isso pode fazer toda a diferença para a sua qualidade de vida.

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