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A dor e os cuidados paliativos em pacientes com câncer de pulmão

Cuidados Paliativos
11. agosto .2021

A dor e os cuidados paliativos em pacientes com câncer de pulmão

A dor e os cuidados paliativos em pacientes com câncer de pulmão

Agosto Branco é uma campanha que visa a conscientização do câncer de pulmão. Pessoas portadoras desse tipo de neoplasia e em cuidados paliativos requerem controle da dor e manejo de sintomas típicos da doença.
O câncer de pulmão é, atualmente, no Brasil, a primeira causa de morte por neoplasia em homens e a segunda entre as mulheres, sendo que estas costumam esse tipo de neoplasia mais precocemente (menos de 50 anos). Em comparação com os homens, as mulheres apresentam uma taxa melhor de sobrevida.
Os tipos mais comuns desse tipo de doença são o adenocarcinoma – mais comum em pacientes que nunca fumaram, fumaram pouco ou em ex-tabagistas – e o carcinoma de células escamosas, típico em fumantes ativos com alta carga tabágica.
Diagnosticada com um carcinoma adenoescamoso (um tipo misto) no pulmão em 2018, Cristiane Petra Miculis, 40 anos, fez cirurgia, vários ciclos de sessões de quimioterapia, tratamento com imunoterapia e atualmente se encontra em cuidados paliativos. A dor é uma de suas maiores queixas. E é justamente a dor um dos pilares dos cuidados paliativos, que pode acometer entre 60 a 80% dos pacientes com câncer.
Segundo a cirurgiã oncológica Clarice Nana Yamanouchi, a dor no câncer de pulmão está relacionada com uma doença mais avançada ou a sequelas do tratamento, mas seu controle é fundamental para propiciar a continuidade do tratamento e permitindo que a pessoa continue vivendo melhor. O controle da dor oncológica é feito com uso de medicação oral, que podem ser opioides, capazes de proporcionar alívio da dor em 90% dos pacientes. Além disso, podemos fazer o controle de outros sintomas advindos da doença, para proporcionar mais qualidade de vida ao paciente”. A médica é diretora do Valencis Curitiba Hospice, espaço dedicado a cuidados paliativos em Curitiba.

A dor

“Dor tira a gente do sério”, cita Cristiane, paciente do Instituto de Oncologia do Paraná – IOP e assistida pelo Valencis Curitiba Hospice. A dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável que ocorre em diferentes graus de intensidade e que pode limitar as capacidades e habilidades de uma pessoa, interferindo na manutenção das suas atividades rotineiras.

No Valencis, os cuidados paliativos voltados aos pacientes oncológicos envolvem, além do controle da dor, seja ela de natureza física, social, emocional ou espiritual, e do manejo dos sintomas, o cuidado total centrado no paciente, para que ele possa se sentir mais confortável, tenha mais qualidade de vida e bem-estar.

Cuidados essenciais

O controle da dor pode ser realizado com medicamentos como analgésicos, anti-inflamatórios, opioides, antidepressivos, anticonvulsivante e corticoides. Para pacientes com câncer de pulmão, o cuidado envolve também medidas não farmacológicas. “Primeiramente, é fundamental contar com uma equipe bem preparada para atuar desde o diagnóstico de uma doença grava e para atuar no estado final de uma vida, isso faz como que o paciente tenha seu sofrimento reduzido e que apesar do momento doloroso, recebendo bons cuidados ele pode viver sua vida com serenidade. Cada paciente tem a sua história, que deve ser levada em consideração pelos profissionais envolvidos, principalmente a equipe de Enfermagem, que passa muito tempo com ele. É preciso ter interesse em conhecê-lo para que possa receber um acompanhamento personalizado e o mais completo possível. Esse envolvimento emocional com o paciente, algo inevitável, é benéfico, pois dessa forma podemos oferecer a ele nossa integralidade”, cita a enfermeira Carla Gabardo, responsável técnica da Enfermagem do hospice.

Quanto a outras medidas não farmacológicas, Carla cita que um dos maiores cuidados é proporcionar conforto, realizando mudança de decúbito, acomodar em poltronas, para sair um pouco do leito quando possível, confortá-lo com travesseiros e cobertas para melhor posicionamento, cuidados com a pele, avaliação do padrão respiratório e, quando necessário, instalar oxigênio, identificação precoce de sintomas e alívio do sofrimento. “Precisamos passar segurança para este paciente, demonstrar que nos importamos com sua vida e que faremos tudo o que estiver ao nosso alcance, não somente para ajudá-lo a viver bem e em paz até a sua finitude”, pontua.

Fisioterapia para evitar complicações respiratórias

Pacientes com diagnóstico de câncer de pulmão apresentam alta incidência de evoluir para insuficiência respiratória e a fisioterapia pode atuar como uma das principais armas para evitar ou minimizar estas complicações, auxiliando no controle dos sintomas, melhorando e mantendo os índices de saturação de O2 dentro de parâmetros suficientes para manutenção da capacidade funcional dos pacientes e, consequentemente, melhorando a qualidade de vida desses pacientes.
Segundo José Renato Oliveira, fisioterapeuta do Valencis, “Podemos conseguir esses resultados pela utilização de técnicas específicas de fisioterapia ventilatória, com manobras reespansivas, desobstrutivas, fortalecimento de musculatura respiratória. Além das técnicas específicas de fisioterapia respiratória, é possível aplicar um programa de condicionamento físico envolvendo técnicas de flexibilidade, terapias manuais para auxiliar na facilitação da biomecânica corporal, mas sempre respeitando os limites funcionais e a individualidade de cada paciente”.
Terapias integrativas

As terapias integrativas, além de serem um apoio ao tratamento oncológico, constituem-se em um importante mecanismo de controle da dor e do equilíbrio emocional e psicológico, auxiliando no processo de compensação do organismo, de forma global, fortalecendo, assim, o sistema imune. Complementares aos tratamentos medicamentosos, elas utilizam recursos terapêuticos baseados em conhecimentos tradicionais, denominados pela Organização Mundial da Saúde – OMS como medicinas tradicionais e complementares. Entre elas estão a Medicina Tradicional Chinesa, Ayurveda e recursos terapêuticos, como aromaterapia, arteterapia, meditação, ioga, musicoterapia, fitoterapia (chás de plantas medicinais) reiki, shantala. Todas essas terapias visam à promoção do bem-estar do paciente, pois auxiliam no alívio de sintomas físicos, mentais e emocionais
A acupunturista Manoela Scremim, do Valencis, aponta quais os principais tipos de terapias integrativas aplicados no espaço:
Acupuntura: atua aliviando dores, melhorando o funcionamento digestivo, o sono, aspectos emocionais, ajudando o corpo a se equilibrar.
Fitoterapia: o uso de ervas chinesas combinados à acupuntura traz resultados muito positivos, principalmente dificuldades em dormir e para aumentar imunidade.
Auriculoterapia: trabalha com pontos reflexos na orelha, estimulando partes ou funções do corpo.
Florais de Bach: são produzidos a partir de flores, semelhantes à homeopatia por não conterem princípio ativo algum e, por isso, não causam efeitos colaterais. Suas indicações são em sua maioria para tratar as questões emocionais com as quais este paciente está envolvido, ajudando no seu processo com uma maior consciência sobre isso.
Aromaterapia: há uma grande quantidade de óleos essenciais que podem ser utilizados. Alguns deles ajudam na analgesia, relaxamento e podem ser inalados ou utilizados via cutânea misturados aos óleos de massagem.
Deeksha: é uma técnica de imposição das mãos, na qual a pessoa que o aplica serve de canal de energia amorosa. Esta energia transmitida auxilia na recuperação de doenças de qualquer tipo, física, mental ou espiritual.

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